Desafio dos sertões 2014, aconteceu nos dias 15,
16 e 17 de agosto na região de Campo Formoso/BA.
Nossa equipe foi composta de 14 atletas,
divididos em 4 equipes, 3 quartetos na prova de 120 km e uma dupla na prova de
50 km. Todos saímos na sexta-feira para Campo Formoso onde aconteceria o
Briefing.
O Desafio dos Sertões começou
surpreendendo a todos com o casamento de Lu e Victor, ambos da equipe
Aventureiros do Agreste. Nossas equipes foram dormir em Senhor do Bonfim na
casa de Neuber e Gabriela, que nos acolheu em sua residência com muito carinho
e, vale ressaltar, carinho e banho quente rsrsrsrsrsrsr.
Levantamos cedo no sábado e começamos a arrumar
as coisas pois precisávamos estar em
Pindobaçu para deixar as bikes até ás 08h00 e partir para a largada. Acabamos
nos atrasando muito e não deu tempo da turma tomar café da manhã :(, correr 120
km sem se alimentar ia ser duro; Para nossa sorte, Alex Tenório (Pelaskdo
A&A) conseguiu pelo menos um pouco de comida para colocarmos no estômago, e
graças a Deus, no local da largada a organização do Desafio dos Sertões tinha
um café da manhã de frutas, para nossa alegria rsrsrsrsrsrs.
Foi dada a largada, mais de 100 atletas de
diversos lugares da Bahia e do Nordeste dispostos a enfrentar 120km e 50km de
muita aventura. Minha equipe, Pelaskdo Aventuras, era composta por Felipe,
Zylkson, Paloma e Átila. Inicialmente eram 6 km de corrida, tivemos que
intercalar entre corrida e caminhada, pois existiam trechos de subidas e um
desgaste naquela momento poderia nos custar caro mais tarde.
Chegamos na transição da corrida para o remo e
tivemos a notícia que somente dois atletas do quarteto iriam remar, então
optamos por Felipe e Átila, mais experientes no remo. Os dois estavam em
excelente sincronia e acabaram passando várias equipes, inclusive quartetos,
saindo em 1º lugar nessa modalidade entre os quartetos.
Após pousar para as fotos e recolhermos nossas
mochilas, outra transição, agora do remo para a corrida.
Nesse trecho, a organização avisou que a
navegação ia ficar difícil, e ficou viu?! Logo na saída da transição o quarteto
da Insanos nos passou e acabamos ficando em 2º lugar. Chegou um trecho que não
havia trilhas e quebramos mato subindo e seguindo a brilhante percepção e
experiência de Felipe que avistou uma árvore após serra e disse: “É por aqui,
não vamos seguir ninguém”. Ao chegar no topo, avistamos o estradão indicado no
mapa, mas para chegar nele teríamos que fazer uma descida inusitada, mas muito
prazerosa (Zylkson foi quem mais curtiu quando encontrou a pedra no 'sky bunda'
rsrsrsrsrs). Nossa equipe chegou em Pindobaçu PC 3, fizemos
uma transição muita lenta e com calma, nos hidratamos bem, enchemos as mochilas
de hidratação, e nos alimentamos, antes mesmo de sairmos chegou mais um
quarteto, o Terra Brasilis.
Então lá fomos nós rumo ao PC 4, levando com a
gente a equipe Pró Vigor (Neuber e Gabriela) e uma equipe de Campo Formoso,
ambas equipes na prova de 50 km. Nesse trecho a navegação não foi tão
complicada e batemos o PC 4, mas ali começou o principal inimigo, o frio, e
muito frio.
Deixamos as bikes e fomos bater o PC 5, o rapel, no começo parecia
que a navegação iria ser fácil, passamos pelo rio e subimos, caminhamos horas e
horas, até que percebemos que estávamos perdidos mais uma vez; então nossa
equipe decidiu voltar para o último lugar de referência que, naquele momento,
era o rio; Nessa volta encontramos várias duplas descendo por uma trilha
secundária indo para o PC4, eram os Insanos Cavalos do Sertão (Neto e
Luizinho), Insanos Katenga e Caatinga Extreme. Então decidimos esperar essas
duplas descerem para andarmos juntos, foi ai que recebemos a notícia que o PC 5
havia sido cancelado, então fomos para o PC 6, transição do trekking para a
bike. Novamente fizemos uma transição lenta, pois fazia muito frio. Paloma logo
encheu a blusa de Gatorade, que não sabemos como ela conseguiu isso, mas
bebemos Gatorade durante toda a prova rsrsrsrs.
Seguimos juntamente com as duplas que encontramos no caminho. Esse foi o
pior trecho da prova, muita lama, frio (Paloma nem da bike descia na tentativa
de se manter aquecida), chuva, fome e a preocupação com Neto (Cavalos do
Sertão). Ele sentia muito frio e poderia ter uma hipotermia, tentamos ajudar
pegando a manta térmica, mas descobrimos que ela não estava na bolsa, tentamos
então animá-lo para que não desistisse e deu certo até o PC 8, onde sua equipe
decidiu parar. Quase iamos esquecendo de
contar, indo para o PC 7, Átila acabou
ficando sem freio, descobriu em uma ladeira e passou pela gente gritando: “to
sem freio, tô sem freio, me ajuda”, sem dúvidas, Deus que o segurou! Ufa! Nos livramos de um
acidente. Agora que passou, podemos rir
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Batemos o PC 8 em Campo Formoso, era a
transição da bike para a corrida, muitas equipes pararam ali, mas nossa equipe
quis continuar e fomos bater o PC 9 que
seria o do Cristo. Nossa equipe queria mesmo era descansar da bike, Átila já
estava todo assado e sem freio.
Fizemos o PC9 rápido, passando a Insanos Origin
(Davi e Cássio), ficaram até surpresos quando chegaram no PC 10 e nós já
estávamos lá, acharam que a gente nem tinha ido no Cristo. Fizemos a transição
do trekking para bike no PC 10.
O
pior trecho da navegação foi indo para o PC 11. Antes de sairmos os campeões da
prova estavam chegando a Campo Formoso, Gantuá Perdidão (Bruno e Cleverson) e
Insanos (Gil Bala e Alan). Seguimos então para o PC 11, na saída da cidade, a
gancheira do câmbio da bike de Felipe quebrou, ali começava um empurra bike de
4h00, e para piorar, nossa equipe perdeu a entrada e rodamos mais do que
devíamos e acabamos perdidos, mais uma vez; Zylkson sempre nos incentivando e
apoiando qualquer decisão que nosso navegador tomasse, já desgastados e
cansados decidimos parar para dormir por 1 hora. Ficamos desanimados em tomar
essa decisão, pois sabíamos que esta parada poderia nos custar o lugar no
pódio, mas arriscamos, era tudo ou nada, nossos corpos precisavam de descanso.
Dormimos 05h00 e às 6h00 da manhã, levantamos e voltamos para um ponto de
referência, para então buscarmos o PC
11. Chegamos em um cruzamento e Felipe pediu que todos ficassem se alimentando
que ele iria ver se o PC era após uma ladeira/subida que ficava para o lado
direito do cruzamento. Ele não queria que a equipe se desgastasse indo até lá e
tendo que voltar depois. No retorno, ele parou com a galera e resolveu fazer as
contas se valia a pena bater o PC 11 ou desistir, pois já era tarde e tínhamos
que bater o PC 12, PC 13 e a chegada - isso tudo empurrando as bikes; A decisão
foi unânime, todos queriam seguir! Quando achamos o PC 11 – foi sensacional
rsrsrs - estava Daniel e Adilson da
Qualitá, ambos já estavam deixando o PC de tanto nos esperar rsrsrsrs, porém
chegando no PC descobrimos que ainda éramos 2º lugar e que nenhum outro
quarteto havia nos passado, foi uma alegria só. Daniel disse: “Agora, é só
chegar”. Apesar de sabermos que teríamos que voltar para Campo Formoso e que a
cidade estava um pouco longe e que
tínhamos 3 bikes com problemas (1 câmbio quebrado e duas sem freio), estávamos
muito alegres! No retorno, resolvemos reversa entre rebocar e empurrar as
bikes. A turma dos “sem freio”, Átila e
Paloma, só desciam as ladeiras se elas fossem pouco ingrimes e se logo a frente
houvesse uma subida...enquanto Felipe rebocava Zylkson em cima da bike com a
gancheira quebrada. E assim, iamos devagar rumo ao nosso 2º Lugar. Num cálculo
errado – e para finalizar a lista de emoções - Paloma também acabou o freio por
completo e em uma ladeira desceu a toda velocidade gritando: “ Felipe, tô sem freio”,
Felipe (que estava logo a frente rebocando Zylkson) logo desceu da bike e pulou
na frente da bike dela , foi só o voo, Paloma decolou rsrsrrs, e graças a Deus
não teve nada, e assim entre troncos e barrancos, frio e chuva, descidas
emocionantes, muita cumplicidade, muitas resenhas, muitas risadas, conseguimos
chegar em Campo Formoso e sermos
aplaudidos pelos presentes, como o 2º lugar, dos quartetos, Desafio dos Sertões
.